Gustavo Sol
SINOPSE
Dos espaços flexíveis em nós, nasce Entre Distâncias. Percebê-los é um exercício que nos torna amorfos e por isso, angustiados. Porém, nos torna dispostos a dançar aproximações. O que existe entre as distâncias senão a luz como marcador do tempo que nos permite reconhecê-las?
Por meio de procedimentos de alteração de estados de presenças poéticas utilizados como dispositivos de composição ao vivo, Daniela Rosa e Rafael Bougleux constroem e desconstroem diferentes dimensões de suas afetividades. Provocados ao vivo por Christian Pulheis por meio de tessituras sonoras, criam juntos Entre Distâncias.
FICHA TÉCNICA
Proponente: Daniela Rosa e Cia. Entre Nós
Concepção Geral e Direção Artística: Gustavo Sol
Criação: Gustavo Sol, Daniela Rosa, Rafael Bougleux e Christian Pulheis
Provocação: Andréia Yonashiro, Isabela Pizani e Michelle Navarro
Preparação Corporal e Oficineira: Gisela Durval
Concepção de Luz: Gustavo Sol
Consultoria e Design de Luz: Michel Mika Masson
Operação de luz: Christian Pulheis
Operação e criação sonora ao vivo: Christian Pulheis
Figurino: Art Brasil
Cenografia: Daniel Aguiar
Designer Gráfico: ORÉ Design Studio
Assessoria de Imprensa: Marcela Marcucci
Cobertura de Imprensa: Giovane Leite Pedigone e Jornal Diário Verdade
Registro Audiovisual: Leandro Alves e Rogener Pavinski
Produção Executiva e Direção de Produção: Elisa do Nascimento
2h30AM
Por Gustavo Sol
Por que nos acostumamos a fazer sempre as mesmas perguntas? E por que, ainda que façamos perguntas diferentes, as pessoas parecem que vão responder sempre aquilo que elas querem?
No dia a dia parece que a gente está o tempo todo fazendo coisas absolutamente importantes para nos mantermos vivos: comemos, trabalhamos, etc. Pra mim a arte tem funcionado de maneira oposta: recriamos o mundo equilibrando uma pedra na cabeça, apertando o pulso contra o chão, nos enrolando em um pedaço de pano prateado. Hoje em dia, pra mim parece que a arte é o único lugar em que podemos ser estúpidos e não fazer nada de relevante. E o efeito dessas coisas estranhas é mágico. Digo, há um efeito mágico na vida e na arte que vem de uma certa estupidez relevante. Essa contradição me atrai. Ela é paradoxal e estranha, e me lembra que sou tosco, torto e quebrado. E que essa é a condição mais íntima de todos nós, ainda que postemos nossos pratos incríveis nas redes sociais.
São 2h30 da manhã e estou aqui pensando na banalidade das coisas que fazem sentido e sobre os sentidos das coisas banais. Nos perguntaram: por que o cigarro? Eu sugeri: por que não perguntar como o cigarro veio parar aqui? O desejo de repostas é atávico. É como comer. Mas me parece que é a maneira como elaboramos nossas perguntas que nos abrem diferentes caminhos.
E enquanto comemos damos importância às coisas estúpidas da vida.